Palavra de Professor - Rio de Janeiro

Esse Blog é feito visando a troca de ideias e de informações que possam contribuir de alguma forma para a melhoria da Educação Formal.

O espaço é feito para vocês e por vocês.

Por isso resolvi hoje inaugurar o "Palavra de Professor", e podemos dar a palavra a outros segmentos; inspetores, funcionários de apoio, diretores, coordenadores, alunos, pais de alunos, etc. que também desejem expor seus pontos de vista.

Só deixando claro que o Blog não tem nenhuma conotação política. Portanto TODAS as opiniões, desde que sejam postas sem ofensas, poderão ser colocadas e receberão o mesmo destaque.

Os textos postos aqui serão sempre contribuição dos leitores do Blog ou do Fórum Educação.
Como o único espaço disponível aqui para que vocês deixem suas opiniões é o "Comentários", colocarei os textos como ARTIGO , POST, para que ele tenha mais evidência e possa ser lido por todas as pessoas que frequentam o Blog , e não só os que acompanham assuntos específicos, geralmente do interesse de apenas um pequeno grupo de pessoas.

O texto que me motivou a dar destaque a "Palavra do Professor" foi o da professora Liliam, que vocês podem ler na integra a seguir.

Liliam Pontes deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Estado vai
contratar 840 professores temporários.":

Acredito que muitos de vocês, participantes deste blog, tenham sido alunos(as) do ensino básico público do RJ quando professores, como eu e milhares de outros, iniciamos, aguerridamente e cheios de esperança, a luta em defesa da escola pública de qualidade, com greves e mobilizações que acordaram a mídia e a sociedade, em geral, para nossas denúncias.Talvez tenham sido transferidos para a rede privada de ensino, no intuito de escaparem das "malditas greves, promovidas por aquele tal de SEPE, que só quer fazer politicalha e eleger professores esquerdistas". Era assim que
muitos fugiam do debate social que propúnhamos.

Percebo, em algumas mensagens aqui, que poucos percebem ainda hoje, as consequências do pouco caso com que a sociedade - lastimavelmente incluindo de muitos usuários do ensino público - recebeu e tratou nosso antigo e justo clamor contra o descaso e a incompetência política com que a a escola pública é gerida em nosso estado.

Voltados para o próprio umbigo, aparentemente só enxergam a ponta do iceberg quando reclamam das contratações temporárias. Há dezenas de anos, o SEPE/RJ tem denunciado essas e outras ainda mais graves deficiências da rede. Um "anônimo" (por quê entrar aqui anônimo?) até tomou a iniciativa de procurar informar-se, e compartilhar aqui, sobre o papel do sindicato a respeito dessa questão dos concursados remanescentes; porém, ao que parece, também morava em outro estado da federação antes de se tornar "concursado não-convocado da SEE/RJ": é ÓBVIO que essa luta é muuuuuuuuito antiga, que antes das contratações temporárias, as escamoteações de vagas tiveram vários disfarces; cada época tinha sua politiquinha administrativa para efetivamente não se descobrir de fato quantas vagas reais deviam ser preenchidas por concurso público, após a Constituição de 1988. RET( atual GLP), desvios de função, amigos da escola, estagiários regentes ( eu fui!!!, em 1983!!!)... vocês nunca ouviram falar disso, não é?! E que quase todos os
concursos criam listas de "sobrantes" inexplicáveis, como vocês, para quem o trabalho de nosso Departamento Jurídico,por uma frente, e nossa pressão política
junto ao Legislativo e Executivo, por outra, tem sido a única esperança de solução. Também não prestaram atenção às manchetes dos jornais? Pois deviam! A escola pública é nosso patrimônio político, não apenas um emprego! Gente muito valorosa doou seu tempo, suor, lágrimas e também muita alegria nessa luta.

Acordem, finalmente, cidadãos e cidadãs aqui presentes e reivindicantes.

A luta de vocês, hoje, é apenas decorrente de muita omissão no passado! Estão esperando milagres?!

Ah, já fui dirigente do Sepe durante longos anos de lutas vitoriosas; porém, neste momento, falo apenas em meu próprio nome, como uma professora de História muito indignada com tanta alienação! O SEPE realmente somos nós... se nós formos um bando desorganizado, pouca coisa vai melhorar...

Obrigada pela atenção ao meu desabafo. A intenção era a de ser um
alerta. Desculpem se carreguei um pouco... Meus 24 anos de magistério e luta
justificam-me.

Em tempo: atentem que hoje professores, vocês não têm mais o direito de escreverem ao arrepio da norma culta da língua.

Ah (3): Filiem-se ao SEPE. É questão de classe.

Profª Liliam Pontes