20/07/2012

INAF - Só 26% dos brasileiros são alfabetizados plenamente.

É o que diz a pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa.

A pesquisa constata também que a facilitação para a inserção de TODOS na escola e nos meios acadêmicos não melhorou a aquisição plena do letramento, visto que há uma série de impedimentos para que isso aconteça.

Há um ditado que diz algo assim: " O professor não é capaz de ensinar a quem não quer aprender..."  E é mais ou menos isso que acontece. Hoje temos salas lotadas de alunos que, por uma série de causas não estão preparados para aprender e nem têm esse desejo. Talvez haja equívoco em minha afirmação, mas creio que o rendimento escolar era maior quando havia seleção mais criteriosa para que os estudantes conseguissem sua vaga no segundo grau, pois ao menos os que conseguiam entrar valorizavam o esforço que fizeram para chegar até lá...

Mas vamos à  pesquisa, e depois de ler, compartilhe sua opinião, deixe suas considerações nos comentários.

Brasília – Apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. É o que indicam os resultados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa do Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa.

A pesquisa avalia, de forma amostral, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é segmentada em quatro grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.

Os resultados da última edição do Inaf mostram que somente 26% da população podem ser consideradas como plenamente alfabetizadas – mesmo patamar verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de alfabetização básico.

“Os resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não alcançou progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório do Inaf 2011-2012.

O estudo  indica ainda que há uma relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, a proporção de alfabetizados em nível rudimentar diminui. Na população com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 52% são considerados plenamente alfabetizados. Na outra ponta, entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização.

De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população.

“O esforço despendido pelos governos e também pela população de se manter por mais tempo na escola básica e buscar o ensino superior não resulta nos ganhos de aprendizagem esperados. Novos estratos sociais chegam às etapas educacionais mais elevadas, mas provavelmente não gozam de condições adequadas para alcançarem os níveis mais altos de alfabetismo, que eram garantidos quando esse nível de ensino era mais elitizado. A busca de uma nova qualidade para a educação escolar em especial nos sistemas públicos de ensino deve ser concomitante ao esforço de ampliação de escala no atendimento para que a escola garanta efetivamente o direito à aprendizagem ”, resume o relatório.

A pesquisa envolveu 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do país.

Veja a classificação dos quatro níveis de alfabetização identificados pelo Inaf 2011-2012:

- Analfabetos: não conseguem realizar nem mesmo tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares.

- Alfabetizados em nível rudimentar: localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.

- Alfabetizados em nível básico: leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade.

- Alfabetizados em nível pleno: leem textos mais longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráficos.
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Amanda Cieglinsk Repórter da Agência Brasil
Edição: Carolina Pimentel

Fonte: AGÊNCIA BRASIL

Um comentário:

  1. Até hoje nenhuma solução sobre o concurso de Rio das Ostras. Será quando que iremos receber alguma notícia a respeito? A última notícia foi dia 29/06/12 depois disso nada. Fizemos a prova dia 1 de Abril! Por favor né!

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